sábado, 21 de setembro de 2013

O FINO DA BOCHA


Jogo introduzido no Brasil por imigrantes italianos vive uma de suas fases mais maduras. Sonho de praticantes é que a modalidade se popularize e seja eleita esporte olímpico

























País tem cerca de 40 mil atletas filiados: quatro equipes mineiras participam da Copa Brasil, disputada em Belo Horizonte

O sentimento beira a euforia. Praticantes, estudiosos e entusiastas são incisivos ao afirmar: o Brasil vive “um momento de efervescência da bocha”. Desde que o esporte da bolinha pesada foi trazido por imigrantes italianos ao país, há mais de 150 anos, nunca tanta gente o praticou, dos 7 aos 70 anos, de forma tão organizada e dinâmica. A virada de mesa – ou melhor, de cancha – ocorreu há cinco anos, com a padronização mundial das regras, diminuindo o tempo de cada partida de maçantes quatro horas para jogos mais curtos, que duram, em média, 50 minutos. Os objetivos são claros: mudar a fama de hobby de aposentados e de fundo de boteco para tornar a modalidade algo midiático e, principalmente, ser reconhecido como competição olímpica.

Números e história a bocha têm. O jogo – que consiste em deixar o maior número de bolas próximas a um bolim, afastando as do oponente – foi reconhecido no país em 1943 e desde 1991 é regido pela Confederação Brasileira de Bocha e Bolão (CBBB). São 40 mil atletas filiados, representando 1.150 clubes, em sua maioria do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, estados que receberam forte influência da imigração italiana. O Brasil é atual tricampeão sul-americano feminino e vice no masculino, além de vice-campeão mundial de clubes – com título conquistado diante de 16,5 mil torcedores na cidade gaúcha de Carlos Barbosa. O Brasil domina a prática na América Latina, ao lado da Argentina, e está entre os cinco melhores do mundo, depois de Itália e França. 

Minas Gerais, apesar das várias canchas espalhadas pelo interior, ainda ensaia seus arremessos mais certeiros. Belo Horizonte sedia atá amanhã a 26ª edição da Taça Brasil Masculina de Bocha, com equipes de seis estados, entre elas quatro mineiras: Bola Show (Juiz de Fora), América (São João del-Rei), além de Cruzeiro e Palmeiras, ambos de Belo Horizonte. Os dois clubes são os únicos da capital que abrem espaço para a dedicação profissional, com duas canchas no Bairro Santa Efigênia e seis na sede campestre do clube celeste, no Santa Amélia.

A média de idade dos 160 atletas do campeonato é em torno de 30 anos. “Com a unificação das regras, os mais jovens passaram a dominar. Antes eram só aqueles caras que bochavam há muito tempo. Eram cinco ou seis que representavam o país, que eram os reis. Com o nivelamento, todo mundo hoje pode jogar. Quem tem idade mais avançada não consegue acompanhar”, resume o presidente da CBBB, o gaúcho Walques Batista. 

A mudança a que Batista se refere diz respeito, principalmente, à padronização do piso. Como o de sintético era muito liso, o jogador precisava arremessar a bola suavemente, levando quase um minuto para que a bocha atingisse o objetivo. Com o carpete, a peça de quase 1kg não leva mais de 10 segundos para parar perto do bolim ou explodir contra a do rival. “O Bolt corre 100m em 9s59. Como a bocha poderia ser um esporte atrativo se cada jogo durava uma eternidade?”, indaga Davi Lima Oliveira, pós-graduando em jornalismo esportivo pela Universidade do Rio Grande do Sul e autor da tese “Bocha, um esporte que faz amigos”.

Segundo Oliveira, o próximo passo é tornar a modalidade um esporte midiático – a exemplo do curling, uma espécie de primo gelado, que virou sucesso de público na Olimpíada de Inverno. “Na França, a bocha é transmitida na TV. Pagam 12 euros para assistir a dois jogos. Aqui, precisamos avançar muito ainda”, explica. Já o presidente reclama de praticantes que, em sua avaliação, estariam contribuindo pouco para a evolução do jogo. “Muita gente não se modernizou. Joga em canchas de areia, com bochas de até dois quilos, como no século 18. Organizam campeonatos diferentes, com jogadores bebendo cerveja e fumando. Aqui não: só joga uniformizado”, enfatiza.

DEDICAÇÃO 

O mato-grossense Matheus Dilmo Gomes, de apenas 14 anos, não importa em ser o único garoto da turma a desfalcar o time de futebol da sala para jogar bocha. Atleta mais novo a disputar a Copa Brasil, ele faz parte de uma geração entusiasmada. “É uma diversão. Nem me importo com os deboches dos meus amigos. É muito mais divertido que futebol”, posiciona-se o garoto. Para outros competidores, a escolha é definitiva e fonte de renda, caso do gaúcho Diego Brock Szcsepanick, de 30 anos, beneficiário do Bolsa Atleta, por ter conquistado o vice-campeonato mundial de clubes, pelo Três Lagoas de Garibaldi-RS. “Para ser bom jogador tem que levar a sério, ser disciplinado, igual a qualquer outro esporte”, defende.

A bocha tem sua origem na Grécia Antiga, datando de 7.000 a.C. como uma atividade recreativa, praticada com esferas de pedra. Ela se desenvolveu na Itália e na França – no início do século 19 foi proibida por Napoleão, que alegava não favorecer fisicamente seu exército. 

Em 1924, fez parte do programa olímpico dos Jogos de Paris. O objetivo é, justamente, retornar às olimpíadas, segundo Batista. “A bocha tem tudo que um esporte precisa para ser olímpico. Hoje, é praticada nos cinco continentes, em 121 países. Recentemente, mandei correspondência para o Nuzman (Carlos Arthur, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro) pedindo para participar dos Jogos Pan-Americanos, mas eles alegaram que não tinham vaga. É chance de medalha e, o principal: é um esporte para conquistar os garotos do bairro e do centro.”

ONDE JOGAR

Em Belo Horizonte :

Clube Palmeiras
Rua Grão Pará, 589, Bairro Santa Efigênia
Coordenador: André Canêdo 
Contato: (31) 3241-1548

Sede Campestre do Cruzeiro
Rua das Canárias, 254, Bairro Santa Amélia
Coordenador: Alexandre Comoretto
Contato: (31) 3492-2967

Passo a passo 
O jogo

O árbitro sorteia quem vai começar a partida e coloca no Ponto P o bolim, que servirá de alvo para as bochas. Cada competidor tem quatro bolas (nas disputas de simples ou duplas) ou seis (por equipes). 
Jogadas
Depois de o primeiro competidor arremessar a bocha, o adversário define sua estratégia para deixar suas bolas mais próximas ao bolim: pode fazer a jogada de rafa (acertar, com ou sem auxílio do terreno) ou tiro (acertar diretamente) contra o bolim ou outra bocha. Toda jogada deve ser previamente avisada ao árbitro. Caso não a execute com sucesso, terá de arremessar outra bocha, podendo mudar a estratégia. 
Objetivo
A meta é deixar o maior número de bolas perto do bolim depois dos quatro arremessos. 
Pontuação
Em cada mão (grupo de quatro arremessos), os pontos são contados de acordo com o número de bolas perto do bolim: 1 bola = 1 ponto, 2 bolas = dois pontos. Só o vencedor nessa mão tem os pontos contabilizados. Vence o jogo quem fizer 15.

*créditos: Renan Damasceno - Estado de Minas
*publicação em 24/08/2013 - 08:46 - http://www.df.superesportes.com.br/
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Rio Branco (RS) é campeão brasileiro de bocha

Conquista é o título mais importante da história do clube




Taça Brasil foi disputada nas canchas do Palmeiras de Minas Gerais (fotos: divulgação Palmeiras - MG)

A bocha de Garibaldi continua no topo do país. Neste domingo, 25/08, o Rio Branco tornou-se campeão brasileiro ao vencer a 26ª Taça Brasil de Bocha, conquistando assim o título mais importante de sua história. Desta forma, o título mais importante da bocha no país continua em Garibaldi, uma vez que o último campeão, em 2011, também era de Garibaldi: a Sociedade Três Lagoas.
O título perseguido há tantos anos pelo Rio Branco chegou com uma campanha impecável, com oito vitórias em oito jogos. Na primeira fase, o time venceu suas quatro partidas. No sábado, 24/08, foi a vez dos duelos de mata-mata. Nas oitavas de final, o time passou pelo São José, de São Paulo, por 2 x 0. A partir daí, começou um verdadeiro “Campeonato Catarinense” para a equipe verde e branca de Garibaldi. Nas quartas de final, vitória sobre o Caçador por 2 x 1. Nas semifinais, novo adversário catarinense, o Timbó, e nova vitória por 2 x 1. 
A grande decisão foi disputada na manhã deste domingo contra o Grêmio Industrial, de Chapecó. Os catarinenses venceram no Trio, mas o Rio Branco virou: vitória na Simples por 15 x 8 e a consagração na Dupla, com vitória de 15 x 12. O Rio Branco torna-se agora o terceiro clube garibaldense a conquistar o Brasil, depois do Fim de Carreira e Três Lagoas. O Três Lagoas, aliás, que também disputou a Taça Brasil deste ano, acabou eliminado nas oitavas de final pelo Santa Lúcia, de Caxias do Sul.
A chegada dos campeões brasileiros a Garibaldi está prevista para o final da noite deste domingo.
*crédito da matértia acima: João Paulo Deluca (Rádio Garibaldi AM), dia 25/08/2013 às 15:08 - http://www.redesul.am.br/
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SE Rio Branco (RS) Campeão da XXVI Taça Brasil Masculina de Bocha de 2013

*Taça Brasil foi disputada nas canchas do Palmeiras de Minas Gerais (fotoS: divulgação Palmeiras - MG) 

A XXVI Taça Brasil de Bocha na categoria masculino aconteceu dos dias 22 a 25 de agosto, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ao total 20 equipes de todo o Brasil participaram deste evento que faz parte do calendário oficial da Confederação Brasileira de Bocha e Bolão (CBBB) e da Federação Gaúcha de Bocha. Rio Branco de Garibaldi-RS foi o grande campeão, o segundo lugar ficou com Grêmio Industrial de Chapecó e Timbó-SC em 3° lugar. Para Marco Nalin, atleta do Rio Branco participar da Taça Brasil é uma emoção grande, pois a competição é de grande nível técnico, onde as maiores equipes de vários estados e grandes atletas representam seus clubes. Marco que é campeão de simples gaúcho e agora brasileiro, comenta que a preparação foi longa, com vários treinos “cheguei ao objetivo e graças a Deus tive essa felicidade, juntamente com a minha equipe do Rio Branco, nos tornando campeão brasileiro, onde nosso elenco treinou em conjunto com dedicação e humildade”. A participação do treinador Idemir de Siqueira, também é destaque para Marco, para ele o treinador e a diretoria souberam conduzir o grupo, alcançando essa grande vitória. Para finalizar Marco não deixa de expressar sua felicidade na reta final da competição ao ver seus adversários do Rio Grande do Sul torcendo para eles, “isso mostra que realmente a bocha faz amigos”. 

*crédito da foto acima: Eduardo Xavier
*crédito do texto: facebook da Federação Gaúcha de Bocha 
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